Os dois se sentaram no chão sem olhar. Aqui é o lugar. Olha o vento do qual eu falei. Disse o primeiro, enquanto abria o bolso menor da mochila já velha e um pouco suja. Fino. Me passa o fogo? Respondeu o segundo, alisando o cigarro entre os dedos com a impaciência contida que só o vício pode provocar. Enquanto, ao fundo, o inconfundível som de rádio velho vibrava em uma áspera melodia de jazz. Era um tapa nas ventas; dedos em um choque seco na flacidez da face. Olhos, nariz e bochechas em um ondulado fremir. Agora tremia o mundo. Fez-se mais uma cabeça, perdida. Espalhando em pedaços pensamentos desconexos, cada vez mais próximos de se juntarem. Uma mochila se fechava e a ultima brasa minguava. A onírica fumaça fundira som e imagem. “Era Billie. A culpa era dela”, tive a certeza.
Trav'lin' All Alone - Billie Holiday & Her Orchestra
2 comentários:
Isso sim é um texto do gênero poesia confessional. o resto é bagulho malhado.
Como poderia ser ela a culpada???
Esses joões malhados de hoje em dia!!!
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